A relação entre ressonância magnética e marcapasso é muito delicada. Estudos médicos estimam que mais de 50% dos pacientes portadores de marcapasso tenham indicação para exame de ressonância magnética devido a comorbidades. O método é indicado no diagnóstico de doenças neurológicas e degenerativas. Bem como tumores, lesões ortopédicas graças a sua excelente resolução de contraste em tecidos moles.
Até recentemente, o exame era uma contraindicação absoluta para pacientes com implantes de marcapasso. A explicação estava no risco potencial de aquecimento, deslocamento de eletrodos e alterações na programação do dispositivo. Tudo devido aos campos magnéticos e dos pulsos de radiofrequência gerados durante o exame.
No entanto, na última década surgiu uma nova geração de marcapassos compatíveis com a realização segura da ressonância magnética. Os circuitos foram protegidos e os eletrodos modificados para evitar alterações durante o exame. Uma programação específica também foi criada para o ambiente da ressonância magnética, bloqueando qualquer tipo de interferência. Além disso, estudos de materiais já implantados (principalmente eletrodos) estão demonstrando compatibilidade com alguns tipos de ressonância.
Revisões de Marcapasso
Independente dos modelos compatíveis ou não, pacientes que possuem marcapasso devem fazer consultas periódicas ao cirurgião cardiovascular. São as revisões de marcapasso, que tem como objetivo avaliar a funcionalidade do dispositivo e verificar necessidade de ajustes ou troca. Nessas revisões, quando identificada a necessidade de troca, já é realizada por modelos de marcapasso mais modernos.
Além disso, diante da necessidade de realização de ressonância, esta questão pode e deve ser discutida com o cirurgião cardiovascular. O médico pode avaliar a possibilidade de antecipar a troca do gerador ou dos eletrodos, levando em consideração riscos e benefícios para o paciente. Afinal, ressonância magnética e marcapasso são recursos aplicados à saúde do paciente como um todo. Sendo assim, devem ser ponderados na avaliação.
Para quem possui o marcapasso compatível com ressonância magnética, ainda assim o acompanhamento médico antes e depois do exame é fundamental. Antes, para orientar o paciente quanto aos cuidados necessários e, depois, para avaliar a possível necessidade de qualquer ajuste no marcapasso.
Ressonância Magnética e Marcapasso Compatível
Atendidas todas as condições, na data do exame alguns cuidados deverão ser obedecidos para garantir a segurança durante o procedimento. Por isso, além da avaliação do cirurgião cardiovascular, a clínica ou centro radiológico que realizam o exame de ressonância e o fabricante do marcapasso são envolvidos.
Durante o exame, o técnico da empresa fabricante do dispositivo deve acompanhar o paciente bem como um médico estar presente na unidade de radiologia. O marcapasso compatível com ressonância magnética deve receber uma programação especial durante o procedimento. Para não sofrer interferência, o aparelho é bloqueado e, ao término, deve ser reprogramado. Na sequência, uma nova avaliação do marcapasso deve ser realizada pelo cirurgião cardiovascular, a fim de garantir que o aparelho esteja funcionando conforme o esperado.
Assim, diante dos avanços tecnológicos na Medicina, novos horizontes se abrem para a relação entre ressonância magnética e marcapasso. É um grande passo para que portadores de marcapasso possam contar com os benefícios dos diagnósticos permitidos através da ressonância.
Se você tem dúvidas se o seu marcapasso é compatível com ressonância magnética, consulte o cirurgião cardiovascular que realizou seu implante.
Fonte: https://seucardio.com.br/ressonancia-magnetica-e-marcapasso/